2 de maio de 2007


A GRANDE DÚVIDA...



"Meu Deus, o que fazer?", pergunta o actual executivo, a propósito da questão do tabaco. Segundo as últimas estimativas apenas 82% dos portugueses estão de acordo com a proibição nos espaços públicos. 28% estão indecisos ou contra. Uma decisão difícil para um regime democrático, ter apenas 2/3 a favor de uma decisão.
Morrem em Portugal, mais de 3000 pessoas por ano devido a doenças relacionadas com o consumo de tabaco. Activo e passivo. Muitos milhares gastam o erário público no tratamento de doenças cardiovasculares e respiratórias crónicas. Mas ainda assim..., hmmm.., não sei bem o que se deveria fazer.
O PSD também está sensível para a questão vindo alertar que isto deveria ser como em Espanha: nos restaurantes e discotecas, quem quisesse proibia, quem não quisesse deixava andar. Boa ideia. Viu-se o resultado espanhol.
O mais divertido desta tragédia é o acenar com o fantasma do abandono da frequência dos estabelecimentos. "Se me proibirem de fumar para cima dos outros, nunca mais cá volto". E os ingénuos acreditam. E os que ganham com isso, fingem acreditar. Sugeria que se olhasse para a Irlanda, onde há menos de 2 anos ninguém conseguia imaginar um pub irlandês sem uma densa nuvem de fumo. Hoje, os bares estão cheios de gente não-fumadora que se diverte como dantes. Quase só os estrangeiros se forçam a ir à rua matar o vício.E em Itália a mesma coisa e por aí fora.
Em Portugal "estuda-se o assunto". Na melhor das hipóteses, só lá para o Verão (o que quer dizer com os atrasos: "depois do Verão") é que a lei poderá ser aprovada. E entrará em vigor, um ano depois. O que é o mesmo que dizer, depois das próximas eleições legislativas.
O que interessa se 82% dos portugueses querem uma mudança, quando estão em jogo os interesses de tanta gente e as reacções nervosamente viciadas de jornalistas, políticos e "opinion makers" que influenciam o voto. Além de que os próprios legisladores são viciados. O que é o mesmo que pedir a um grupo de prostitutas que proíba o sexo...

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